Flávio Império

Flávio Império (1935–1985) foi um importante cenógrafo, figurinista, diretor, arquiteto, professor e artista plástico brasileiro, conhecido por revolucionar a cenografia teatral entre as décadas de 1960 e 1980. Ele rompe com o estilo decorativo tradicional ao adotar uma cenografia não-ilusionista, de caráter simbólico e estrutural.

Iniciou sua carreira no teatro amador e ingressou na FAU/USP em 1956. Trabalhou com grupos como o Teatro de Arena, onde colaborou com Augusto Boal, e o Teatro Oficina, de Zé Celso, desenvolvendo cenários adaptados a palcos alternativos e circulares. Utilizava praticáveis, objetos simbólicos e materiais simples, transformando a escassez de recursos em potência criativa.

Sua obra é marcada pela influência de Bertolt Brecht, pelo uso de materiais alternativos, pela incorporação da cultura popular brasileira e, a partir de Roda Viva (1968), pelo diálogo com o tropicalismo. Trabalhos como Os fuzis de dona Tereza e Réveillon evidenciam seu uso da assemblage, técnica que mistura objetos diversos para expressar críticas sociais.

Nos anos 1970 e 1980, amplia sua atuação para os espetáculos musicais, contribuindo com nomes como Maria Bethânia e os Doces Bárbaros, transformando shows em experiências visuais e teatrais.

Além de artista, foi professor em instituições como a FAU/USP, EAD/USP, FAAP e Belas Artes. Sua carreira é dividida em três fases: o início com Boal no Arena; a fase com Zé Celso no Oficina, marcada pelo tropicalismo; e a maturidade estética nos shows musicais. Flávio Império é reconhecido como um dos grandes inovadores da cenografia brasileira

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