Marcelo Grassmann (1925–2013) foi um dos maiores gravuristas brasileiros, reconhecido por sua técnica apurada e linguagem simbólica e inovadora. Nascido em São Simão (SP), mudou-se ainda criança para São Paulo, onde se interessou por desenhos e esculturas de cemitérios. Estudou entalhe, fundição e mecânica, e, a partir de 1943, iniciou-se na xilogravura, atuando também como ilustrador de jornais.
Nos anos 1940 e 1950, desenvolveu-se como gravador em metal e litógrafo, estudando com nomes como Henrique Oswald e Poty Lazzarotto. Teve forte influência de artistas como Oswaldo Goeldi, Lívio Abramo, Hieronymus Bosch e Alfred Kubin. Criou obras com figuras fantásticas — como harpias, sereias e seres híbridos — associadas a universos medievais e mitológicos, fruto de intensos estudos da história da arte.
Marcado por um estilo próprio, com arabescos, metamorfoses e lirismo, Grassmann também experimentou técnicas alternativas diante da escassez de materiais. Recebeu diversos prêmios, como o de viagem ao exterior em 1953, que o levou a estudar em Viena. De volta ao Brasil, dedicou-se principalmente à gravura em metal, consolidando sua linguagem visual.
Sua obra foi adquirida pela Pinacoteca do Estado de São Paulo em 1969, e sua casa natal foi transformada em museu em 1978. Em 2017, foi criado o Núcleo de Estudos Marcello Grassmann, e em 2021, o Prêmio Marcello Grassmann de Artes Gráficas.
Com uma produção vasta e única, Grassmann é reconhecido internacionalmente como um dos mais importantes nomes da gravura brasileira



