Francisco Brennand (1927–2019) foi um dos mais importantes artistas brasileiros, destacando-se principalmente como ceramista e escultor. Nascido em Recife, iniciou sua formação artística ainda jovem e, ao longo da carreira, também atuou como pintor, desenhista, gravador, tapeceiro e ilustrador.

Nos anos 1940, dedicou-se à pintura de naturezas-mortas com formas simplificadas e cores puras. Em 1949, viajou à França, onde teve contato com importantes nomes da arte moderna europeia, como André Lhote e Fernand Léger, além das obras de Picasso e Miró. Nesse período, encontrou na cerâmica seu principal meio de expressão.

Brennand tornou-se reconhecido pela forma original de trabalhar a cerâmica, explorando intensamente a cor por meio de variações de temperatura na queima das peças. Suas esculturas apresentam caráter simbólico e mítico, muitas vezes associadas a tótens, rituais arcaicos, figuras fantásticas e temas de fertilidade, com forte carga expressiva e acabamento propositalmente rude.

A partir de 1971, transformou uma antiga olaria da família, em Recife, em ateliê e espaço expositivo permanente, hoje conhecido como Oficina Brennand. Entre as décadas de 1950 e 1990, realizou inúmeros murais e painéis cerâmicos no Brasil e no exterior. Sua obra foi amplamente reconhecida, com retrospectivas no Brasil e na Europa, deixando um legado fundamental para as artes plásticas brasileiras.